És a minha calma, o meu retiro espiritual, onde me refugio do mundo quando estou fraco e onde recupero forças e coragem para o enfrentar mais tarde.
Abraço e beijo-te, como se fosse a primeira vez numa eternidade, lamentando a falta de atenção que te proporciono e como (quase) sempre te tomo por garantida.
Apesar das minhas inúmeras indiscrições com outras, estás sempre pronta a proporcionar calor à minha cadavérica alma. Ainda ontem acedeste aos meus desejos perversos de dormir contigo e outra ao mesmo tempo, embriagando-me com um prazer divinamente letárgico.
Apesar de não te merecer e a todo o conforto que me proporcionas, amor da minha vida, podias arranjar pior…
Podias arranjar alguém, que te trate apenas como um enfeite decorativo, não te dando propósito nem significado, apenas decorando a cama, onde ao fim de algum tempo quando os seus gostos partirem para outro "flare" decorativo, seres posta de parte, acabando assim prisioneira, encarcerada, refundida no canto de um armário para nunca mais ninguém te ver, acabando a tua vida recalcada e abafada, por tudo o que te rodeia.
Quero que saibas que isso nunca irá acontecer comigo, que apesar de andar por vezes perdido vitima de um naufrágio, tu irás ser sempre o meu farol, guiando-me na escuridão para perto de ti.
Amo-te, minha luz, minha fonte de calor, minha confidente, minha bela almofada.